O prazer pelo papel., desde os antigos o homem já tinha uma real necessidade de deixar sua marca, de ser ouvido alem da morte, a escrita tornou suas palavras linha na estrada do tempo.
E é exatamente na estrada onde aprendi quem sou eu, qual o meu lugar, como o apostolo Timoteo, foi batendo a cabeça dando murro em ponto de faca que eu fui aprendendo. Acordar numa cidade desconhecida sem conhecidos sem dinheiro sem teto parece assustador, aos olhos de quem vê uma noticia sensacionalista. E o ponto de vista de quem realmente vive essa realidade?
Acostuma-se ao dia a dia corriqueiro em que se tem que correr atrás por si mesmo, sem nada nem ninguém, do zero, a alcançar seus objetivos, mesmo na rua era valido focar seus esforços na busca de dinheiro, sempre fazendo algo, seja artesanato, malabares, ou declarando poesias para casais apaixonados.
É fácil encontrar em qualquer cidade uma praça “infectada”, pela geração da rua, basta olhar para aquela praça que vive cheia de indigentes, quem são essas pessoas? O que elas fazem? Qual o peso delas em relação a sociedade, quem eles são?
Conheci vários moradores de rua, que por honesto se passavam por bobos, como conheci policiais corruptos, e policiais que realmente trabalhavam e acreditavam naquilo que faziam.
Pessoas que se deixam levar por ela, dormindo um dia em cada canto, vivendo do que aparecer pela frente, aproveitando cada bobeira, cada vacilo que é observado em beneficio próprio, há aqueles que prefiram viver num lugar só esperando comida de alguém que sempre vem levar, aquela moeda do doutor que passa todo dia de manhã enfrente sua maloca.
O homem acorda tremendo mais que vara verde, mais que Toyota velha na subida, mais que mão de pandeirista, é dependente de álcool um comum alivio para aqueles que estão na sofrida vida de rua, filhos que são renegados pelos pais, filhos rebeldes sem causa, alguns com causa, loucos, usuários, traficantes, que às vezes se davam ao luxo de cultivar valores, como a honestidade entre os iguais, os irmãos de rua, companheiros de maloca, a comida que nunca é pouca pra tantas bocas, a cachaça que nunca esta na mão de ninguém, e o dinheiro que esta sempre na banca, a favor em prol da família.
A sabedoria, é quando baseamos nossos atos, na experiência de alguém mais vivido, a inteligência é algo de mérito próprio, nos acharmos inteligentes o bastante para nos adequarmos a qualquer meio, bem isso eu estava tranqüilo, pois onde cheguei fui de certa forma bem recebido.
Ouve lugares em que passei, que a comida a bebida a droga era farta, as risadas e a fumaça invadiam o ambiente, mas ali sempre habitava um sentimento de vazio, de superficialidade, e a lugares em que sentei e comi do lado de mais oito, um quilo de carne com uma mão de arroz, e achei uma das melhores experiências.
